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Wednesday, June 01, 2011

A efectividade no trabalho

No outro dia um amigo meu perguntava-me acerca do meu contrato aqui, se já era efectivo ou parte dos quadros. A minha reposta foi um "mais ou menos", porque realmente não é muito fácil fazer um paralelo entre a minha situação cá e os contratos de Portugal, mas vou tentar fazer aqui a ponte entre as duas realidades.

O meu contrato é de facto sem termo o que por definição me torna "efectivo", mas fazendo parte de um Graduate Programme é esperado que progrida para a posição de Associado em 2 ou 3 anos. Se tal não acontecer posso começar a procurar emprego noutro lugar, o que de certa forma se aproxima de uma cultura up or out, mas mais moderada que certas consultoras de topo. Nos degraus acima não há tanta pressão para se ser promovido, mas más avaliações consecutivas levam ao mesmo destino. Podem ler no meu post anterior sobre como essas avaliações são feitas. Em tempos de crise, como há dois anos atrás, não são necessárias muitas avaliações negativas para se ser despedido, basta estar-se entre os piores. Nessa altura a empresa despediu muita gente de vários níveis hierárquicos para conseguir sobreviver à crise.

O despedimento de um efectivo aqui é bastante mais fácil que em Portugal, mas isto também tem as suas vantagens:
  • É mais fácil uma empresa cortar a "gordura" nos maus momentos, sobreviver-lhes, e voltar a contratar nos bons momentos (em vez de sucumbir sobre o seu próprio peso).
  • Nos bons tempos, permite à empresa renovar-se com pessoal mais qualificado. Quem consecutivamente tem avaliações negativas obviamente escolheu o emprego errado.
  • Move o papel social de garantir um salário (mesmo a quem não o merece) para o estado em vez de ser a empresa a fazê-lo.
  • Não se desmotivam os trabalhadores (que realmente trabalham) por verem colegas não merecedores a serem recompensados.
  • Resumidamente, torna as empresas mais eficientes e eficazes.
O Reino Unido é dos piores países no que toca ao proteccionismo no trabalho, mas isso contribui para a sua economia pujante. No outro extremo, temos Portugal, um dos países onde existe maior protecção dos efectivos. Num artigo muito bom de Álvaro Santos Pereira, este explica como a reforma laboral acordada com Troika nos pode ajudar a melhorar a nossa situação. Nesse artigo ele mostra este gráfico da OCDE:

Indíce de protecção do emprego (0 para menos protecção, 6 para mais protecção) na OCDE
O que não é imediatamente óbvio é que este proteccionismo promove a precariedade do emprego. Devido à dificuldade (ou quase impossibilidade) de despedir um efectivo as empresas evitam ao máximo tornar quem quer que seja em efectivo. Não consigo censurar a Merkel por sugerir que Portugal devesse baixar o seu proteccionismo no emprego para os níveis da Alemanha, ainda estaríamos bem acima da média da OCDE e ajudar-nos-ia a diminuir o desemprego. A "justa causa" necessária para despedir um empregado é tão generosa que permite a este roubar dinheiro ao patrão e, após ir a tribunal, manter o emprego. Mais detalhes sobre esta história aqui. A triste realidade é que ser efectivo em Portugal dá uma garantia semelhante à reforma: um salário sem ter que fazer nada. Lembro-me de uma história caricata e de fonte segura, que num certo hospital para "despedirem" enfermeiros incompetentes colocavam-nos num serviço em que passavam os dias sozinhos a fazer tarefas aborrecidas, na tentativa destes desistirem e se demitirem. Foi a isto a que chegámos! Aqueles que chegaram tarde, e até são bons, não conseguem empregos efectivos porque os patrões têm medo que se acomodem...

Não sugiro saltarmos subitamente para as leis do Reino Unido, mas precisamos de flexibilizar o nosso código do trabalho para promover uma meritocracia e vencer esta crise.

Tuesday, May 31, 2011

Avaliação no trabalho

Em conversa com amigos portugueses apercebi-me que todos eles, nos seus empregos, são apenas avaliados pelos seus chefes e os seus chefes pelos chefes deles. Ora isto é um sistema muito unidireccional que permite aos chefes fazerem um mau trabalho perante os seus subordinados e, por outro lado, os subordinados terem que "dar graxa" para conseguir uma avaliação decente. No fim, alimenta aquilo a que eu chamo a cultura do "chefe glorificado" em que as chefias mandam e os subordinados obedecem. Um modelo bastante desadequado desde que saímos da Era Industrial e em que, muitas vezes, os subordinados estão tecnicamente mais habilitados que os seus chefes!

Como funciona a avaliação na minha empresa aqui em Londres. Digo Londres, mas neste caso podia ser qualquer lugar no mundo já que é uma multinacional e todos os empregados usam o mesmo sistema. Temos um sistema informático onde anualmente os empregados introduzem os seus objectivos anuais, acordados com o seu chefe, que devem ser mesuráveis e atingíveis. Duas vezes por anos são avaliados contra esses objectivos, a primeira vez é informal e serve de ensaio à 2ª avaliação que é formal e final. Quem avalia quem?
  • Todos os chefes avaliam todos os seus subordinados directos (sem surpresa);
  • Todos os empregados avaliam os seus chefes directos;
  • Tipicamente, todos os empregados avaliam os seus colegas de equipa e de outras equipas com quem interagem regularmente;
  • Qualquer empregado pode pedir feedback a outro empregado com quem trabalhou;
  • É ainda possível ao empregado pedir feedback via email a freelancers, a vendedores externos e clientes com quem trabalha.
As pessoas que estão a ser avaliadas não sabem o que os seus avaliadores dizem de si, o resumo/resultado é apenas comunicado no final. Em cada ano, formam-se comités de avaliação responsáveis por avaliar os empregados por escalão de carreira. Dentro de cada escalão, as pessoas são divididas entre aquelas que excederam as expectativas, as cumpriram e as que não cumpriram as expectativas. Os melhores recebem maiores bónus e promoções. Empregados que repetidamente não cumprem as expectativas são "convidadas" a sair.

É um sistema perfeito? Não. Há sempre empregados que interagem com poucas pessoas e por isso têm pouco feedback disponível mesmo estando a fazer um bom trabalho. Mas garante que uma pessoa seja avaliada por todas as pessoas com quem trabalha e obriga a que qualquer chefe trate bem os seus subordinados para ter qualquer tipo de reconhecimento.

Isto não me parece nada complicado de implementar em qualquer corporação relativamente grande ou serviço público, mas tenho a certeza que iria abalar alguns "poderes instituídos". Apenas sistemas de avaliação em que todos avaliam todos podem ser realmente justos (ou aproximarem-se disso).

Thursday, September 30, 2010

My first job suggestion got accepted!

Now you are thinking "he proposed a major project that will save his company several thousand dollars per year" or "he optimized a business process making it 50% quicker"... not really, but let me tell you the whole story to make you suffer a bit.

On Monday I talked with my manager for the first time since I joined the team and we started with some casual conversation. He asked me how was to be back in Portugal after having worked in London. I explained to him some of the professional and cultural differences like having long lunches (essentially eating away from your desk) during weekdays.

Today, on the street, as I was walking to get my takeaway lunch I bumped into him walking the opposite direction (with his takeaway lunch). He asked me what I was going to get and then, to my surprise, he pulled Monday's topic and asked if I didn't miss the Portuguese lunches and Portuguese food. An obvious YES was my reply but I added "we should do a team lunch now and then to improve team bonding". He said "good idea" but I thought he was just being polite.

Some hours later I receive a calendar invite for a team lunch next week! He was serious :)

Sunday, September 05, 2010

Back to London

After 7 months here I am again, not my original plans but life is unpredictable... :)

This time I planned my farewell to Portugal very well. On Friday I spent the morning at Galapos beach with my parents. Afterwards we went for some grilled fish in one of Setúbal's typical neighbourhoods, Fonte Nova. Then said goodbye to my grandmother, our family's authority. The night was spent in Palmela during Festa das Vindimas. A lot of people showed up to say goodbye and offer me a glass of Moscatel, thanks everyone! I think I arrived home at 6 or 7 am...

A few hour later my brother took me to the airport. During check-in I found out I got the executive seat upgrade I asked a few days before (to use my expiring miles) :) Spend some time in TAP Lounge eating and drinking... Unfortunately I didn't have much appetite for the alcoholic beverages which were available with a good variety... Later at the boarding gate we had to wait a long time before actually getting on-board and we ended up arriving one hour late. From there, straight to my assigned accommodation near Bethnal Green (where I am now) and then a little drinks event with old friends and new colleagues :)

The place where I am now temporarily is quite nice, it's a very compact studio but very functional. Here are some photos:



My ironing board:


The smallest dishwasher ever:


And the bathroom:


Today is cloudy for a change, but the temperature is not bad.

Friday, July 16, 2010

From this water I shall not drink

In Portugal we have a proverb that goes like this "Never say from this water I shall not drink" (Nunca digas desta água não beberei). It basically means you never know how next day will be, so don't deny something as you may need/do it later.

7 months ago I was saying I wouldn't live in London again. I was careful enough to keep my doors open, but honestly I didn't think I would comeback. Tuesday I was proven wrong as the good old proverb goes...

Don't get me wrong, London is a lovely city, with lots of attractions and full of professional opportunities (and in my case friends). But at my current stage I don't feel it's an advantage over living in Portugal. The personal trade-off balances the professional one.

On Tuesday I started my afternoon cancelling my contract for London and ended it saying count me in. What happened? I had an unconfirmed offer from the same company to work in another city and I decided to bet on that one. But when I said no to London I entered a corporative game. Immediately that unconfirmed offer became void, I was pressured to accept London and get an opportunity to be transferred one year later to that city. I wasn't satisfied with that and expressed an "opportunity" wasn't enough. A few hours later I get a call guaranteeing they would do their best to secure my transfer as it still depends on a visa and my performance, without any traps or stunts. So that's it, London for a year and a new place afterwards :)

From this water I shall drink again!

Sunday, July 12, 2009

It's official...


Apparently I forgot to write a post about this... :$

It's now official I'm staying here for an extra 6 months, my contract was extended until 29th January 2010. Another Winter in London...

So until then feel free to visit me and stay for a weekend. I have a spare room for friends ;)

Monday, June 22, 2009

Glasgow

Como tinha escrito aqui, a ousadia premiou-me com um curso de 3 dias em Glasgow. Fiquei instalado no Malmaison que ficava perto de tudo, incluindo o escritório.

Glasgow é uma cidade que convida a ser percorrida a pé. Nada fica muito longe e as ruas têm passeios largos. Uma coisa que também é notória é o número elevado de igrejas. Apesar de não ter tido oportunidade de explorar por mim mesmo, há vários bares nocturnos com música rock ao vivo. Valeram bem os 3 dias lá passados, especialmente considerando o custo :)

Aqui vos deixo algumas fotos:



















Sunday, May 31, 2009

Trading Floor Architecture

For those seriously interested in Front Office Investment Bank Technology I recommend you check this website:
http://www.cisco.com/en/US/docs/solutions/Verticals/Trading_Floor_Architecture-E.html

Saturday, May 30, 2009

Curso em Glasgow

Era suposto ir a um curso interno por aqui, mas o curso foi cancelado e deram-me a indicação que um curso semlhante ia decorrer em Glasgow. Perguntei à nossa assistente que se senta atrás de mim, e que também ia ao curso, qual era a probabilidade de nos pagaram a ida a Glasgow. Disse que o chefe do meu chefe nunca aceitaria. Enchi o peito e reencaminhei o email para o meu chefe dizendo: "Alguma hipótese de ir a Glasgow?"

Passados uns dias, recebo um email do meu chefe a dizer para pedir a ela para marcar o vôo e o hotel. Este email incluia a resposta do chefe dele que era um simples "Yes". Chamei a assistente e com um sorriso de orelha a orelha, disse-lhe "lê este email". Ela ficou pálida... :D Disse-lhe para ela também pedir para ir, o que ela fez e acabámos por ir os dois a Glasgow.

Conclusão: compensa ter tomates!

Malefícios do twitter no trabalho

Há umas semanas tive a ideia infeliz de tirar uma foto no trabalho e pô-la no twitter, que por sua vez foi para o Facebook. Não se via nada a não ser um escadote e uma cobertura de plástico... mas o meu chefe viu e por piada falou ao seu chefe e digamos que ele não gostou :(

Felizmente só disse que não podia fazer aquilo e isso foi-me comunicado pelo meu chefe. Consoante o tipo de empresa em que trabalham, tenham cuidado com aquilo que publicam na internet...

Sunday, May 10, 2009

Canalizador: vou mudar de carreira

Há umas semanas fiquei chocado quando tivémos que chamar um canalizador para vistoriar o gás e a caldeira e (tentar) arranjar o chuveiro eléctrico e este nos pediu £200 por menos de 2h de trabalho!!!

Comentei isto com um colega de trabalho que além de não ter ficado chocado me disse que um antigo colega dele, programador, desistiu do seu emprego para abrir a sua própria empresa de canalização.

Em Londres é normal um canalizador receber £100/h, aqui vale a pena ser canalizador! Mas não se preocupem que não vou mudar de carreira... ;)

Tuesday, May 05, 2009

G20 na City

Como empregado de um banco de investimento, fui um daqueles que foi aconselhado a vestir casualmente durante a semana do G20. Enquanto alguns andavam preocupados com as manifestações, eu estava satisfeito de poder trabalhar de t-shirt e calças de ganga:) Pareciamos todos protestantes, hehe...

Agora que reflicto nos acontecimentos dessa semana, ir assim vestido até foi mais perigoso... podia ter sido vítima de um ataque da polícia :S

Testes de resiliência

No último fim-de-semana de Março tive a infeliz tarefa de supervisionar uns testes de resiliência da nossa aplicação. Basicamente simulam que o datacenter que hospeda os nossos servidores está em baixo e temos que iniciar os serviços nas máquinas de back up. Algo que me foi dito que iria demorar umas duas horas no Sábado, acabou por me ocupar a maioria da tarde de Sábado e duas horas no Domingo:( As coisas nunca correm tão bem como se espera... A única vantagem é que assim troco menos de 8h feitas num fim-de-semana por um dia de férias no Verão:)

Saturday, April 25, 2009

Jelly Belly beans

A colleague brought us some Jelly Belly beans from the USA. Some flavors are impressively realistic! Others were not, and others are not recommended at all. She brought a box with 40 different flavors but there are more than 50!



Another funny thing is that you can combine flavors to make things like Piña Colada. My sugar levels reached new highs on that day:D

Wednesday, April 15, 2009

NIN

Em Fevereiro finalmente consegui o meu cartão de segurança social inglês (NIN - National Insurance Numbercard) e, simultaneamente, o estorno dos impostos que andava a pagar a mais (bela prenda de anos). Até então estava na chamada "taxa de emergência" implicando pagar mais impostos. Recebi a devolução desse dinheiro e o meu actual ordenado vem agora com a taxa correcta :)

Tuesday, April 14, 2009

Telepresence

Há uns tempos tive uma reunião na empresa com colegas de Tokyo e Hong Kong usando um sistema de teleconferência chamado Cisco Telepresence Series 3000. É um sistema de voz com qualidade de CD e video em ultra alta-definição em tempo-real.



Ao início confesso que não estava com muita fé, mas quando começámos fiquei espantado. É mesmo tão bom quanto apregoam.



O sistema dá a sensação que as outras pessoas estão à nossa frente sentadas na mesma mesa que nós. Coisas tão simples como bater com os dedos na mesa são perfeitamente perceptíveis. Conclusão: é quase tão bom como ter uma reunião fisicamente.

Monday, March 09, 2009

Trabalhar de casa

Finalmente posso trabalhar a partir de casa! Recebi recentemente o meu SecurID que é parecido a isto:



Basicamente tem uma chave que se altera a cada minuto e é necessária para aceder à rede interna do escritório a partir de casa. Agora já posso trazer o portátil para casa e, caso haja um nevão, ficar no conforto da minha casa a trabalhar remotamente:)

O reverso da medalha é que me podem pedir para levar o portátil quando for de férias e se acontecer alguma coisa muito má por cá, telefonarem-me para intervir remotamente...

Monday, January 19, 2009

Crise mais perto

Recentemente a minha empresa anuniou os resultados do 4o trimestre que foram bastante negativos. Como consequência disso, na passada 6a feira, uma das nossas chefias teve uma conversa connosco para nos comunicar algumas reestructurações. Algumas equipas vão desaparecer, outras vão ser fundidas e algumas pessoas perderam o trabalho. Como ele disse, até chegou ao ponto em que tiveram de cortar pessoas boas.

Visto a nossa equipa já estar nesta fase reduzida em números, não foi muito afectada... mas não deixa de ser constrangedor ver pessoas que conhecemos perderem o emprego.

Esta redução de pessoal surge num momento estratégico, antes do anúncio dos bónus, com isto conseguem duas coisas:
- Poupar dinheiro não pagando bónus a essas pessoas;
- As pessoas que sobram não vão ficar tão deprimidas com o baixo valor do seu bónus, pois manter o trabalho vai saber a bónus.

Momentos tristes...

Wednesday, November 19, 2008

Careers In Africa 2009...

...mais um ano em que não vou lá :-(

Para quem não conhece, clique aqui.

O calendário do próximo ano já saíu e o fim de semana em que vão fazer o fórum do Careers In África em Londres (o maior desta série de eventos) coincide com o aniversário da minha avó. Parece que a minha participação neste evento terá de ficar adiada para 2010... :-(

Friday, October 24, 2008

Critical path to next release

My return to work from training couse wasn't the best one I could
imagine. After the standard question "how was the course?", I was
immediatly drawn to a meeting with part of the plan team (including my
manager's manager) to know what was my status on the issues I was
working on and to debrief me about the new issues assigned to me.
After that, when I've finally logged on I had an email from my
manager's manager stating I was the "critical path" to next release,
meaning my tasks are crucial to the release sign off. Went straight
from the relax feeling of a course to the stressful feeling of having
a deadline.

To be completly honest it wasn't that stressful because of the good
team I'm in. No one pressured me and they pointed out to me who I
could ask for help in each issue. Besides, even with deadlines closing
by or even on production issues (bank loosing money) our managers
never act stressed allowing us to act with a cool mind and at our best
potential.